Generais Antônio Carlos Muricy e Mourão Filho precipitaram o Golpe A partir de agora, publico em ca...
Generais Antônio Carlos Muricy e Mourão Filho precipitaram o Golpe |
Introdução
O século XX representa para o Brasil um dos momentos mais conturbados com relação às áreas política e militar. Desde a Revolução de 30, passando pelo Golpe do Estado Novo até o Golpe de 64, as instituições políticas brasileiras passaram por inúmeras provações e ameaças; foram derrubadas, restauradas ou reformadas. E o fator comum a todos esses eventos políticos, é a participação ativa de certos grupos militares, seja atuando como legitimadores das decisões políticas, dando suporte ideológico através de intimidação, impondo sua posição de árbitro da política ou atuando diretamente na tomada do poder.
Getúlio Vargas ao centro, líder da Revolução de 30 |
Entretanto, as Forças Armadas representam um grupo de pessoas de pensamento diverso e nem sempre os militares estiveram unidos ideologicamente, fator que suscitou conflitos entre correntes moderadas e radicais internas em vários episódios.
Um destes momentos em que os militares estiveram divididos ideologicamente diz respeito ao período conturbado por que o país passou por ocasião da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Nesse momento o Congresso era formado por políticos conservadores da linha ruralista, já não condizentes com o novo período industrialista por que passou o país, especialmente durante o governo de Juscelino Kubitschek. Jânio se sentia isolado e alegava que não podia governar plenamente com um Congresso “envelhecido”, e passou a jogar toda a responsabilidade dos problemas do país nas reformas que pretendia fazer e que o legislativo emperrava. É então neste contexto que Jânio achava que sua renúncia poderia fazê-lo livrar-se de um Poder fiscalizador, que entravava seus projetos na Câmara. A renúncia, na sua concepção, era a chave para que setores políticos e econômicos, temendo o que poderia representar o governo de seu vice-presidente, João Goulart, lhe dessem plenos poderes, alçando-lhe de volta ao governo. Entretanto, seu plano falhara.
Às 10 horas da manhã do dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros de fato renunciou. Achava que faria a população crer que fora deposto. Contava com a implementação de uma Junta Militar provisória, que seria criada no intuito de evitar a posse indesejada do vice-presidente. Mas o Congresso aceitou a sua renúncia como fato consumado, logo trabalhando no novo problema da sucessão presidencial.
continua...