Não sei até que ponto é estranho, mas eu confesso que sinto uma empolgação, um contentamento e uma emoção quando ouço certas personagens biz...
Não sei até que ponto é estranho, mas eu confesso que sinto uma empolgação, um contentamento e uma emoção quando ouço certas personagens bizarras e controversas da história serem lembradas e resgatadas em belas músicas. É o caso da condessa húngara Elizabeth Bathory (Erzsébet Báthory), que é homenageada numa das canções da banda Ghost, uma das atrações do Rock in Rio 2013. Mas quem foi a “Condessa Sanguinária” na realidade?
É difícil hoje em dia separar a lenda da verdade, mas sabe-se que Elizabeth Bathory realmente existiu, por conta de documentos encontrados por um padre jesuíta sobre seu julgamento no ano de 1720. Nascida em 1560 numa das mais ricas e poderosas famílias protestantes da Hungria, casou-se aos 11 anos de idade com o conde e soldado cárpato Ferencz Nadasdy.
Sua incrível beleza só era comparável a seu monstruoso sadismo, e Elizabeth logo passou a praticar atos cada vez mais brutais de selvageria e extrema tortura contra os seus serviçais do castelo, enquanto o conde passava longos períodos lutando contra os turcos nos campos de batalha.
Um dia, espancou uma criada até tirar-lhe sangue porque esta puxou seu cabelo acidentalmente enquanto o penteava. Os respingos de sangue em sua pele pareceram rejuvenescê-la à medida que iam secando, e assim Elizabeth teve a macabra ideia de torturar jovens camponesas para tirar-lhes o sangue, na esperança de que assim pudesse manter sua própria juventude.
Quando as vítimas em potencial começaram a escassear no castelo, Elizabeth passou a atrair outras jovens com a promessa de trabalho. Uma dessas vítimas conseguiu escapar em 1610 e denunciou a condessa e seus ajudantes. Todos foram condenados e executados, menos Elizabeth, que teve como pena a “prisão em domicílio”, acusada de demência e deixada para assistir seu próprio corpo definhar na velhice, seu maior medo. A condessa morreu tristemente, isolada em um dos aposentos do castelo (cujas ruínas existem até hoje, na imagem à esquerda), em 1614, aos 54 anos de idade. Uma lista de vítimas encontrada na época das investigações atesta a morte de pelo menos 650 mulheres sob intensa tortura, cujo sangue fora extraído para os banhos de Elizabeth.
Ainda bem que Elizabeth Bathory não viveu na mesma época de sua “alma gêmea” Vlad Tepes, príncipe da Valáquia que inspirou a criação do Conde Drácula, pois certamente os horrores sanguinários produzidos por ambos seriam muito piores se tivessem se conhecido...
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Fonte: BERLITZ, Charles. O Livro dos Fenômenos Estranhos. [s. l.]: BestSeller, 1988.