Textos antigos nos revelam que remotas civilizações foram capazes de façanhas incrÃveis nas áreas médicas, tecnológicas e cientÃficas. Ma...
Textos antigos nos revelam que remotas civilizações foram capazes de façanhas incrÃveis nas áreas médicas, tecnológicas e cientÃficas. Mas por alguma razão, muitas dessas técnicas do passado se perderam. Na Baixa Idade Média, eruditos lançaram-se no resgate de algumas dessas proezas humanas, sintetizadas na prática da Alquimia. Teriam tido sucesso?
“Existem outros grandes mistérios além da transmutação dos metais”.
Sir Isaac Newton
Tudo o que se insere no âmbito do ocultismo lá está por alguma razão prática (excetuando-se os casos de seitas neopagãs que buscam apenas satisfações menos nobres). Por isso, além de outras coisas, fica difÃcil resgatar casos antigos onde a prática da Alquimia alcançou resultados surpreendentes. Mas pelo menos um desses relatos conseguiu chegar até nós, segundo o professor de QuÃmica e pesquisador das ciências, Attico Chassot. Em seu livro* é relatada a história de Ramon Llull (imagem ao lado, 1232-1316), alquimista catalão de nobre linhagem, convertido em monge franciscano. Chassot afirma que Llull foi convidado à Inglaterra para, perante o rei Eduardo III, converter metais vis em puro ouro. Perante o soberano inglês, ele converteu 22 toneladas de metais em ouro, sob a promessa de que fossem aplicadas numa Cruzada contra os turcos. Mas a ganância e a vaidade humanas sempre falam mais alto do que a palavra empenhada (ainda mais de um governante) e o ouro foi usado para fazer medalhas comemorativas; até o final do século XVII ainda circulavam medalhas e moedas de “ouro alquÃmico de Llull”, dentre quais alega-se fazer parte o exemplar abaixo.
Relatos como esses vemos mais nos escritos de gente sem credibilidade, bruxos e mágicos que se apoderaram da Alquimia para fazer sobressair seu lado menos brilhante, o do misticismo esotérico. Mas desde o século XX e aos poucos, cientistas sérios começam a se voltar para o estudo da Alquimia, tanto quanto para os saberes dos povos antigos.
Frederic Soddy, ganhador do Premio Nobel de QuÃmica em 1921 por explicar em seu livro L’interprétation du radium os mecanismos das desintegrações atômicas, escreveu: “Penso que existiram no passado civilizações que tiveram conhecimento da energia do átomo, e que uma má aplicação desta energia as destruiu totalmente”.
A hipótese de que tenha existido no passado remoto da humanidade civilizações de tecnologias avançadas, tal como nos relata o mito da Atlântida, de Mu e da Hiperbórea é um dos maiores tabus da Arqueologia. Textos antigos como o Mahabharata e o Ramayana apresentam evidências de máquinas voadoras (Vimanas, que inspiraram o nome deste blog) e relatos de guerras atômicas, como vimos AQUI. Pesquisadores revelam inclusive achados arqueológicos sem explicação, como por exemplo a areia transformada em vidro fundido na Antiga Mesopotâmia (do mesmo jeito como ficou o local do teste da primeira bomba atômica em 1945, resultado do extremo calor da explosão**).
Em 1946 nos debates promovidos na Universidade de Cambridge por ocasião das comemorações do tricentenário do nascimento de Sir Isaac Newton (imagem acima, à direita) — um dos maiores nomes da Alquimia e da FÃsica — afirmou-se que o renomado cientista inglês acreditava numa cadeia de iniciados que se alastrava até uma antiguidade muito remota. Tais iniciados teriam conhecido os segredos das transmutações alquÃmicas, incluindo a sÃntese do ouro e a desintegração da matéria, mas que eles não deviam ser divulgados para o público comum. Newton escreveu:
A maneira como o mercúrio pode ser assim impregnado foi mantida em segredo por aqueles que sabiam, e constitui provavelmente um acesso para qualquer coisa de mais nobre que a fabricação do ouro e que não pode ser comunicado sem que o mundo corra um grande perigo, caso os escritos de Hermes digam a verdade. Existem outros grandes mistérios além da transmutação dos metais.
Que grandes segredos seriam esses e por que (excetuando-se o caso de Ramon Llull) não chegaram até nós?
Além do motivo apontado por Isaac Newton, o professor Attico Chassot aponta outras possÃveis razões:
- Poder econômico: pressões governamentais e empresariais para que certos saberes (imagine um carro movido à água) não pudessem vir à tona
- Destruição pela própria descoberta: a descoberta e manipulação de artefatos nucleares, perigosos por si mesmos, teriam sido usados como armas de destruição em massa e o que restou foram conhecimentos fragmentados nos textos antigos, especialmente nos védicos;
- Forte influência da Igreja: manter o segredo e silenciar conhecimentos sempre foi a fonte de poder da igreja de Roma;
- Inveja CientÃfica: o que geralmente causa, no mÃnimo, tentativa de ridicularização e descrédito profissional entre colegas pesquisadores. Daà muitos deles preferirem atuar na esfera oculta ou simplesmente abandonarem objetos polêmicos e controversos.
Note-se que não estamos lidando com o assunto através de teóricos da conspiração, e sim do renomado professor brasileiro, pesquisador da ciência e da QuÃmica em particular. Com pedaços soltos de conhecimento humano podemos recriar nosso passado de forma surpreendente e até um novo mundo de possibilidades. Basta para isso procurarmos a verdade, não aquela que nos impõem, e que não vai cair no nosso colo. Sob toda a névoa de misticismos, superstições, lendas e fantasias, é possÃvel descobrir uma fonte de conhecimentos humanos adormecidos nas brumas do tempo.
*CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. Ed Moderna. 3ªEdição. São Paulo, 1994. (pp.74-81)
**E foi aà que nós chegamos...
O trecho adaptado abaixo faz parte do livro de Charles Berlitz, O Livro dos Fenômenos Estranhos:
Após o primeiro teste da bomba atômica em Alamogordo, em 1945, descobriu-se que o local da explosão estava coberto com uma camada de vidro verde fundido, areia transformada em vidro pelo calor da explosão.
Vários anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, cientistas realizaram escavações nas proximidades da Babilônia, a antiga grande metrópole da Mesopotâmia e uma das maiores cidades da Antiguidade. Com o objetivo de apurar até que profundidade as camadas de ruÃnas e artefatos chegavam, os arqueólogos cavaram um túnel experimental na vertical, para catalogar suas descobertas por épocas. Quanto mais funda a camada, mais antiga no tempo. Eles cavaram abaixo da era das grandes ruÃnas antigas, e passaram por uma cidade enterrada sob camadas de loesses inundados. Então, prosseguindo com as escavações, eles encontraram aldeias soterradas pelo tempo que indicavam uma cultura agrária. Descendo mais ainda, descobriram fundações de uma cultura voltada à caça e à criação de gado, com artefatos ainda mais primitivos. A escavação chegou ao fim quando, por baixo de todas essas camadas inferiores, os cientistas acharam uma camada sólida de vidro fundido...
A Alquimia e os segredos antigos parte 1