Na verdade existem quatro maneiras, se você levar em conta que desprezar a existência de seres inteligentes em outros planetas é uma delas, ...
Na verdade existem quatro maneiras, se você levar em conta que desprezar a existência de seres inteligentes em outros planetas é uma delas, o que não é o caso aqui. Por isso vamos nos ater às três formas objetivas de se encarar os fenômenos ufológicos, em três capítulos, partindo do princípio de que estamos convencidos da existência e da visita de seres extraterrestres no nosso planeta.
Pesquisa Científica Ufológica Contemporânea
O que eu chamo de pesquisa científica ufológica contemporânea é o estudo de casos que ocorrem principalmente a partir do famoso Caso Roswell, de 1947.
Durante a segunda metade do século XX aumentou espantosamente o número de ocorrências ufológicas — mas por outro lado, aumentou também o número de institutos e organizações sérias que procuraram estudar esses fenômenos e separar as fraudes e os enganos dos casos reais. É o caso do Search for Extra-Terrestrial Intelligence (Busca por Inteligência Extraterrestre, ou SETI na sigla em inglês) formado por cientistas norte-americanos responsáveis pela maior evidência ufológica até hoje registrada no espaço — o WOW Signal, conforme vimos aqui no Rama —, e do MUFON (Mutual UFO Network) que eu considero um dos grupos mais sérios na busca por evidências ufológicas.
O trabalho do MUFON acontece desde 1969 e se notabiliza não por focar na procura por provas materiais da ocorrência de discos voadores, mas sim por derrubar cientificamente todas as alegações, fraudes e enganos que ocorrem todos os dias pelo mundo afora, especialmente nos Estados Unidos. É feito por cientistas de diversas áreas e de voluntários treinados para encontrar o menor indício de fraude nas filmagens, nas fotos e nos relatos de aparições. Tendo em vista que desde o final do século passado as tecnologias não param de evoluir, do mesmo modo que fica mais fácil produzir uma fraude no computador, também fica mais fácil identificá-la.
Por que houve o aumento incrível de relatos de casos de óvnis a partir de meados do século XX?
Essa é uma questão fácil de resolver. Basta lembrar que quase no mesmo momento do Caso Roswell, EUA e URSS davam início à Guerra Fria. Foram criados órgãos secretos de inteligência em ambos os países para monitorar especialmente o desenvolvimento militar do inimigo — ambos os países tiveram acesso a documentos secretos alemães com projetos de armas e veículos voadores quando venceram os nazistas em 1945 (imagem à esquerda), e precisavam desenvolver e testar secretamente alguns desses projetos. Qual foi a solução encontrada pelos serviços secretos? Incentivar e popularizar através de estórias, livros, filmes e boatos a ideia de discos voadores. Assim as naves secretas militares, se por ventura fossem avistadas, seriam tomadas como naves espaciais extraterrestres pela população e não chamariam a atenção do inimigo.
Se por um lado, os militares e a mídia nos EUA incentivavam a ideia de extraterrestres visitando o nosso espaço, por outro ridicularizavam e desmoralizavam os testemunhos, numa estratégia de tirar a credibilidade das pessoas que vissem tais aparições nos céus (autênticos óvnis ou não), tática que é usada ainda hoje em vários países. Tudo isso misturado com uma série de fraudes grotescas servem para tirar a seriedade do assunto e de quem estuda o fenômeno ufo de forma profunda e científica.
Eis o grande mérito do Projeto SETI e do MUFON, entre outros grupos: separar os casos de engano, fraude proposital, dissimulação do governo e desmoralização da mídia, estimados em 90 por cento dos casos, para trabalhar nos 10 por cento restantes — esses sim, legítimos casos de objetos voadores para os quais não se encontrou nenhuma justificativa a não ser esta: naves que provavelmente não pertencem a este planeta.
No próximo capítulo vamos conhecer uma outra maneira de se lidar com fenômenos ufológicos.