A partir de agora, nosso blog vai contar com uma seção dedicada a assuntos filosóficos, que dentro em breve estará sob o comando da nossa ...
A partir de agora, nosso blog vai contar com uma seção dedicada a assuntos filosóficos, que dentro em breve estará sob o comando da nossa primeira-dama Lici Calheiros. Acompanhe o primeiro desafio de filosofia, pense e responda.
E para inaugurar a categoria "Filosofia" no nosso blog, enquanto a "primeira-dama" maguita não pode assumir o comando, eu resolvi começar com desafios de filosofia muito interessantes, tirados do livro 101 Problemas de Filosofia, de Martin Cohen. Neste livro o autor se propõe a ensinar os principais fundamentos de filosofia de modo descontraÃdo e fácil, através de pequenas histórias que à s vezes contêm uma moral embutida. Eu coloco as histórias e dentro em breve publico a resposta-explicação recomendada pelo autor. Vamos ver se estão bons de raciocÃnio e julgamento:
O Juiz Enforcador
O Juiz TemÃvel já teve diante de si um grande número de indivÃduos desagradáveis. No entanto, este, que se intitulava "O Filósofo", embora nunca tivesse estudado o assunto, realmente o havia irritado. TemÃvel diz:
"Quero ensinar a você, prisioneiro, o valor da honestidade. Você é acusado de fraude e estelionato, e de, repetida e sistematicamente, mentir em tribunal para tentar salvar sua pele miserável. Pois bem, amigo, agora a Justiça o pegou. A sentença deste tribunal é..." (neste momento o Juiz faz uma pausa para impressionar e põe um par de luvas pretas e um pequeno chapéu preto) "...de que você seja levado deste lugar para um local de execução e pendurado pelo pescoço até morrer".
"...MAS, como sou um Juiz magnânimo, vou-lhe dar mais uma oportunidade para que aprenda o valor da verdade. Se, no dia da sua execução, você assinar um documento contendo uma única declaração verdadeira, a sentença será comutada para dez anos de detenção. No entanto, se sua declaração for considerada falsa pela Executora-Chefe, a sentença será imediatamente cumprida. E aviso-o..." - acrescentou o TemÃvel, ao ver que suas palavras não impressionavam o fraudador - "... de que a Executora-Chefe é membro do Clube dos Executores Positivistas Lógicos e considerará falsa qualquer bobagem metafÃsica; assim, não use seus truques contra ela! Você tem um dia para fazer a sua escolha!".
Nesse instante, o júri aplaude o rigor da sentença, e todas as pessoas presentes na sala do tribunal dirigem o olhar para o réu, satisfeitas em ver um vilão como ele receber uma sentença pesada, acompanhada da humilhante declaração pública verdadeira. Mas o Filósofo, estranhamente, sorri com um ar de malÃcia para o público, ao ser levado para o Corredor da Morte.
Chega o dia da execução, e o fraudador, radiante, assina uma declaração, que é entregue à Executora-Chefe, que a lê com crescente espanto. Rosnando, ela amarrota o papel e ordena que o Filósofo seja libertado, sem que qualquer penalidade lhe seja imposta.
O que o prisioneiro pode ter escrito no documento para salvar-se?
COHEN, Martin. 101 problemas de filosofia. São Paulo: Loyola, 2006.
E para inaugurar a categoria "Filosofia" no nosso blog, enquanto a "primeira-dama" maguita não pode assumir o comando, eu resolvi começar com desafios de filosofia muito interessantes, tirados do livro 101 Problemas de Filosofia, de Martin Cohen. Neste livro o autor se propõe a ensinar os principais fundamentos de filosofia de modo descontraÃdo e fácil, através de pequenas histórias que à s vezes contêm uma moral embutida. Eu coloco as histórias e dentro em breve publico a resposta-explicação recomendada pelo autor. Vamos ver se estão bons de raciocÃnio e julgamento:
O Juiz Enforcador
O Juiz TemÃvel já teve diante de si um grande número de indivÃduos desagradáveis. No entanto, este, que se intitulava "O Filósofo", embora nunca tivesse estudado o assunto, realmente o havia irritado. TemÃvel diz:
"Quero ensinar a você, prisioneiro, o valor da honestidade. Você é acusado de fraude e estelionato, e de, repetida e sistematicamente, mentir em tribunal para tentar salvar sua pele miserável. Pois bem, amigo, agora a Justiça o pegou. A sentença deste tribunal é..." (neste momento o Juiz faz uma pausa para impressionar e põe um par de luvas pretas e um pequeno chapéu preto) "...de que você seja levado deste lugar para um local de execução e pendurado pelo pescoço até morrer".
"...MAS, como sou um Juiz magnânimo, vou-lhe dar mais uma oportunidade para que aprenda o valor da verdade. Se, no dia da sua execução, você assinar um documento contendo uma única declaração verdadeira, a sentença será comutada para dez anos de detenção. No entanto, se sua declaração for considerada falsa pela Executora-Chefe, a sentença será imediatamente cumprida. E aviso-o..." - acrescentou o TemÃvel, ao ver que suas palavras não impressionavam o fraudador - "... de que a Executora-Chefe é membro do Clube dos Executores Positivistas Lógicos e considerará falsa qualquer bobagem metafÃsica; assim, não use seus truques contra ela! Você tem um dia para fazer a sua escolha!".
Nesse instante, o júri aplaude o rigor da sentença, e todas as pessoas presentes na sala do tribunal dirigem o olhar para o réu, satisfeitas em ver um vilão como ele receber uma sentença pesada, acompanhada da humilhante declaração pública verdadeira. Mas o Filósofo, estranhamente, sorri com um ar de malÃcia para o público, ao ser levado para o Corredor da Morte.
Chega o dia da execução, e o fraudador, radiante, assina uma declaração, que é entregue à Executora-Chefe, que a lê com crescente espanto. Rosnando, ela amarrota o papel e ordena que o Filósofo seja libertado, sem que qualquer penalidade lhe seja imposta.
O que o prisioneiro pode ter escrito no documento para salvar-se?
COHEN, Martin. 101 problemas de filosofia. São Paulo: Loyola, 2006.