Quando falamos de arqueologia de épocas remotas, pensamos logo em Europa ou Ásia. O que muita gente não sabe, é que o Brasil está repleto d...
Quando falamos de arqueologia de épocas remotas, pensamos logo em Europa ou Ásia. O que muita gente não sabe, é que o Brasil está repleto de sítios arqueológicos de épocas antigas, e vários deles já apareceram aqui no Rama*, por exemplo. Chegou a hora de conhecermos o círculo de pedras no norte do Amapá, conhecido do “Stonehenge Brasileiro”.
* Uma pegada de dinossauro?, Os Geoglifos da Amazônia, As Controversas Pirâmides Brasileiras, Pedra de Santana, o monumento megalítico brasileiro, A lenda de Sumé, Santuário da Pedra Preta, maior painel de pictogravuras do mundo, A Cidade Perdida do Manuscrito 512,
O Amapá é reconhecido como o local brasileiro onde o ambiente natural foi mais preservado de modificação humana, desde o início da colonização. 98 por cento de toda a floresta nativa estão de pé, sendo 70 por cento do território constituído como área de preservação. No norte no Estado, está localizado o sítio arqueológico onde foram erguidas no passado enormes pedras monolíticas, descobertas pelo naturalista Emilio Goeldi (1859-1917). O observatório é formado por 127 blocos de granito distribuídos em intervalos regulares por uma clareira, a 16 quilômetros do município de Calçoene e a 390 quilômetros de Macapá.
O físico Marcomede Rangel, do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, que vem estudando o local, afirma que o monumento pode ter mais de mil anos, tendo sido construído por antigas civilizações que habitavam o atual território brasileiro. Suas pesquisas revelaram que o monumento, tal como o famoso Stonehenge europeu, demarca pontos determinados das estações, como o equinócio e o solstício:
“Uma das pedras é uma chapa de granito de 3 m com uma abertura no centro com cerca de um palmo de diâmetro. Há outra pedra direcionada justamente em relação a essa. Provavelmente, o sítio era usado pelos povos antigos para saber a época de plantio, colheita, chuva e seca”.
O monumento ficou esquecido durante muito tempo, mas em 2005, numa atitude louvável do governo do Amapá, a área foi catalogada e protegida para pesquisas.
Esperamos que estas pesquisas possam solucionar diversos mistérios relacionados com as pedras e nos ajudar a compreender quem eram estes “astrônomos”, ou “sacerdotes” e como criaram um sofisticado observatório em território brasileiro, seja para a orientação da época do plantio e da colheita, seja para a adoração dos seus deuses pagãos. O “Stonehenge Brasileiro” está entre as maiores preciosidades arqueológicas do nosso país.