Para inaugurar uma nova categoria, uma explicação para o suposto paradoxo
Para inaugurar uma nova categoria, uma explicação para o suposto paradoxo
Política, História, Ufo arqueologia... Muito bem, tudo isso é de meu maior interesse, e acredito que o blog anda bem servido destes assuntos. Mas eles demandam pesquisas, leituras, citações, que minha mente de historiador determina que sejam rigorosamente apuradas, e isso torna tudo bastante impessoal. Vez ou outra, eu apenas sinto necessidade de escrever o que eu penso, o que me vem na cabeça, aquilo que me incomoda no momento, ou que me motiva. E é por isso que eu abri esta nova categoria. Divagações.
Pra inaugurar essa seção, eu achei interessante explicar um aparente paradoxo. “Um blog sobre ateísmo.... e mistérios??”
Pra isso, eu preciso demonstrar um pouco da minha frustrada experiência religiosa, bem como das conclusões a que cheguei, as quais serviram para eu basear meu pensamento ateísta de hoje. Acredito que desta forma será mais fácil de compreender a suposta contradição.
Depois de sempre viver uma vida sem parâmetros religiosos e sem me preocupar com questões sobre fé — em casa sempre houve o paradoxo de pai ateu e mãe católica — eu resolvi, no final dos anos 90, procurar uma religião para seguir. Não sabia qual, a não ser que não seria a católica, muito menos a evangélica. Nunca acreditei na bíblia, muito menos em seus defensores, e isso não havia mudado.
Eis que eu conheço uma pessoa, adepta de uma exótica prática religiosa, que me indica uma leitura: Feitiçaria – A Tradição Renovada. Emprestou-me o seu livro, que eu li a princípio com grande curiosidade, que foi se transformando em enorme identificação. Parecia que eu tinha finalmente descoberto a religião que eu tanto procurava, pois sua filosofia era exatamente a minha: liberdade sem abuso, respeito aos animais, certo hedonismo moderado, sem tabus... Enfim, mais que uma fé, um estilo de vida.
Infelizmente meu lado cético foi corroendo minha aventura religiosa, e eu já não podia mais fechar os olhos para o fato de que, apesar de ser uma bonita prática, não passava de pura fantasia. Deuses, deusas, rituais mágicos... Eu seria muito feliz se pudesse realmente acreditar em tudo isso.
Percebi que, na minha essência, eu sempre fui um ateu, embora não soubesse. Mas engana-se quem acha que isso foi uma descoberta dolorosa pra mim. Passei a ler autores como Christopher Hitchens, Daniel Dennett e Richard Dawkins, além de leituras para o curso de História, e essas leituras refinaram meu julgamento e me ajudaram a redefinir aquilo que eu pensava sobre deuses e religião, conhecimento, verdade, relativismo, realidade. A ciência é melhor forma de conhecimento, sem dúvida; e tudo aquilo que não pode ser provado deve ser refutado como fraude, correto? Nem sempre. E aí reside a chave da resposta para a pergunta lá em cima, lembram?
Considero-me cético. Mas não cético fundamentalista, como os adeptos destes sites como o Ceticismo Aberto, por exemplo, dentre outros, onde são tão radicais quanto os crentes e fortianos que tanto combatem. Sou capaz de reconhecer que, apesar da ciência ser de longe a melhor forma de busca de conhecimento, ela não é capaz de nos dar respostas para todos os fenômenos do mundo. Existem milhares de fenômenos ainda para serem explicados e entendidos, e eu acredito que boa parte deles um dia será. Mas enquanto esse dia não chega, eles são exatamente aquilo que certos céticos tremem em ouvir falar: mistérios. Todos eles dentro do plano natural e não sobrenatural. Apenas não os estudamos eficientemente, ou as provas ainda não são suficientes.
Não acredito nas explicações fáceis dos fortianos, muito menos dos religiosos, ávidos e precipitados em nomear as coisas de acordo com seus restritos aparatos conceituais; tampouco naqueles que hora são céticos quando convém, ora são crentes quando convém. Também não dou crédito ao tipo de cético que não se põe devidamente a analisar e a estudar os fenômenos mais sérios, classificando-os muito comodamente como parte do imenso caldeirão de fraudes de rolam na internet. Esses teriam muito a aprender com Einstein, Sagan, e tantos outros cientistas sérios que trataram esses assuntos com um olhar científico.
Assim, parece que fica claro que não há nenhuma contradição num blog que tenha categorias aparentemente antagônicas, como ateísmo e mistérios, porque a postura é de que a ciência explica os fenômenos naturais, mas ainda existem muitos eventos esperando por uma resposta satisfatória. Enquanto isso, estes eventos não são outra coisa senão... mistérios.
Prometo que as próximas divagações serão mais breves.
"A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa emoção fundamental que está na raiz de toda ciência e toda arte."
Albert Einstein
Política, História, Ufo arqueologia... Muito bem, tudo isso é de meu maior interesse, e acredito que o blog anda bem servido destes assuntos. Mas eles demandam pesquisas, leituras, citações, que minha mente de historiador determina que sejam rigorosamente apuradas, e isso torna tudo bastante impessoal. Vez ou outra, eu apenas sinto necessidade de escrever o que eu penso, o que me vem na cabeça, aquilo que me incomoda no momento, ou que me motiva. E é por isso que eu abri esta nova categoria. Divagações.
Pra inaugurar essa seção, eu achei interessante explicar um aparente paradoxo. “Um blog sobre ateísmo.... e mistérios??”
Pra isso, eu preciso demonstrar um pouco da minha frustrada experiência religiosa, bem como das conclusões a que cheguei, as quais serviram para eu basear meu pensamento ateísta de hoje. Acredito que desta forma será mais fácil de compreender a suposta contradição.
Depois de sempre viver uma vida sem parâmetros religiosos e sem me preocupar com questões sobre fé — em casa sempre houve o paradoxo de pai ateu e mãe católica — eu resolvi, no final dos anos 90, procurar uma religião para seguir. Não sabia qual, a não ser que não seria a católica, muito menos a evangélica. Nunca acreditei na bíblia, muito menos em seus defensores, e isso não havia mudado.
Eis que eu conheço uma pessoa, adepta de uma exótica prática religiosa, que me indica uma leitura: Feitiçaria – A Tradição Renovada. Emprestou-me o seu livro, que eu li a princípio com grande curiosidade, que foi se transformando em enorme identificação. Parecia que eu tinha finalmente descoberto a religião que eu tanto procurava, pois sua filosofia era exatamente a minha: liberdade sem abuso, respeito aos animais, certo hedonismo moderado, sem tabus... Enfim, mais que uma fé, um estilo de vida.
Infelizmente meu lado cético foi corroendo minha aventura religiosa, e eu já não podia mais fechar os olhos para o fato de que, apesar de ser uma bonita prática, não passava de pura fantasia. Deuses, deusas, rituais mágicos... Eu seria muito feliz se pudesse realmente acreditar em tudo isso.
Percebi que, na minha essência, eu sempre fui um ateu, embora não soubesse. Mas engana-se quem acha que isso foi uma descoberta dolorosa pra mim. Passei a ler autores como Christopher Hitchens, Daniel Dennett e Richard Dawkins, além de leituras para o curso de História, e essas leituras refinaram meu julgamento e me ajudaram a redefinir aquilo que eu pensava sobre deuses e religião, conhecimento, verdade, relativismo, realidade. A ciência é melhor forma de conhecimento, sem dúvida; e tudo aquilo que não pode ser provado deve ser refutado como fraude, correto? Nem sempre. E aí reside a chave da resposta para a pergunta lá em cima, lembram?
Considero-me cético. Mas não cético fundamentalista, como os adeptos destes sites como o Ceticismo Aberto, por exemplo, dentre outros, onde são tão radicais quanto os crentes e fortianos que tanto combatem. Sou capaz de reconhecer que, apesar da ciência ser de longe a melhor forma de busca de conhecimento, ela não é capaz de nos dar respostas para todos os fenômenos do mundo. Existem milhares de fenômenos ainda para serem explicados e entendidos, e eu acredito que boa parte deles um dia será. Mas enquanto esse dia não chega, eles são exatamente aquilo que certos céticos tremem em ouvir falar: mistérios. Todos eles dentro do plano natural e não sobrenatural. Apenas não os estudamos eficientemente, ou as provas ainda não são suficientes.
Não acredito nas explicações fáceis dos fortianos, muito menos dos religiosos, ávidos e precipitados em nomear as coisas de acordo com seus restritos aparatos conceituais; tampouco naqueles que hora são céticos quando convém, ora são crentes quando convém. Também não dou crédito ao tipo de cético que não se põe devidamente a analisar e a estudar os fenômenos mais sérios, classificando-os muito comodamente como parte do imenso caldeirão de fraudes de rolam na internet. Esses teriam muito a aprender com Einstein, Sagan, e tantos outros cientistas sérios que trataram esses assuntos com um olhar científico.
Assim, parece que fica claro que não há nenhuma contradição num blog que tenha categorias aparentemente antagônicas, como ateísmo e mistérios, porque a postura é de que a ciência explica os fenômenos naturais, mas ainda existem muitos eventos esperando por uma resposta satisfatória. Enquanto isso, estes eventos não são outra coisa senão... mistérios.
Prometo que as próximas divagações serão mais breves.
"A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa emoção fundamental que está na raiz de toda ciência e toda arte."
Albert Einstein