A “arte das musas”, ou simplesmente a música , é sem dúvida, uma das criações mais sublimes do homem. Talvez não existam grupamentos humano...
Mas infelizmente, muitas invenções humanas que na sua essência tinham princípios nobres, ao longo do tempo foram sendo corrompidas para fins espúrios. É claro que a música não iria escapar a esta perversa tendência humana.
Não cabe aqui uma complexa e profunda análise da história da música em todos os seus gêneros e subgêneros, apenas um pequeno panorama histórico a partir da ascensão da burguesia no Ocidente para chegarmos até a atualidade.
Até o final do século XIX, a música era um requinte das classes mais elevadas. A crescente classe burguesa tinha na música erudita o reflexo da sua sociedade: organizada, complexa e elitizada. Somente com o industrialismo, a urbanização e com a cultura de massas, é que a música popular passaria a ser reconhecida. No entanto, durante o século XX, a indústria capitalista do consumo conseguiu transformar a espontânea manifestação popular em produto descartável de consumo, como todo produto industrial.
Melodia, poesia e beleza foram substituídas por musicas mais curtas, simples, com refrãos pegajosos no intuito de “colar” na mente do ouvinte. O samba de raiz, por exemplo, virou pagode comercial; a música regional do interior do país virou “musica sertaneja” e a Música Popular Brasileira caiu vertiginosamente de qualidade nos últimos anos com músicas pobres criadas nos escritórios das grandes gravadoras com artistas fabricados, como Michel Teló e companhia.
Jingles de campanha política
Tudo isso é a subversão da beleza e da magia que é a música. Infelizmente a grande maioria das pessoas está tão acostumada à pobreza musical dessa sociedade de massas, da indústria do entretenimento, da cultura descartável, que chega a confundir esse tipo de música fast-food, pobre, vazia, com a própria música em si. Aliás, a música é apenas uma das coisas que essas pessoas engolem sem critérios nem escolha. Apenas engolem.