Medida é fruto da pressão de órgãos de uma sociedade em que quase um terço acredita no criacionismo
Medida é fruto da pressão de órgãos de uma sociedade em que quase um terço acredita no criacionismo
E parece que a tão decantada educação sul-coreana, tida e havida como o motor que impulsionou o país entre os mais desenvolvidos do planeta atualmente, acaba de dar um passo atrás de 200 anos no ensino. Pressionado por entidades criacionistas, o país asiático vai retirar dos livros didáticos qualquer menção à teoria evolucionista.
Na verdade, desde o mês passado que o ministério da educação local já havia acatado uma petição da Sociedade de Revisão das Apostilas para “apagar” esses “erros” dos livros escolares.
O cristianismo é bastante popular no país e um terço das pessoas não leva a evolução das espécies a sério. Vejam a que ponto estamos regredindo nesse começo de terceiro milênio...
Parece que a revolução ocorrida no século XVIII, na Europa, que colocou a Razão no lugar das crenças infundadas e que ajudou a sociedade a alcançar suas maiores conquistas, está sofrendo a sua fase mais difícil, com ataques de todos os lados. Nessa nossa civilização pós-industrial, pós-moderna, pós-científica, pós-fordista ou seja lá como quiser nomeá-la, o Conhecimento relativizado faz com que um xamã africano com suas poções mágicas seja colocado lado a lado com um pesquisador da medicina que busca a cura do cãncer, ou que a astrologia de uma Zora Yonara seja equivalente aos estudos matemáticos de um astrônomo do porte de um Stephen Hawking. É claro que essa loucura iria se refletir na educação mais cedo ou mais tarde...
Criacionismo e Evolucionismo, colocados lado a lado, como equivalentes de um ensino que já não pode mais ser chamado de laico. Às vezes, o ato inconsequente de uma era tem o poder tão destrutivo quanto a de uma bomba atômica no futuro de uma sociedade.