No número 41 da revista norte-americana Doubt , (pags. 214-215, de 1953) Tiffany Thayer publicou uma transcrição e uma tradução de um papiro...
No número 41 da revista norte-americana Doubt, (pags. 214-215, de 1953) Tiffany Thayer publicou uma transcrição e uma tradução de um papiro egípcio datando do reinado de Tutmósis III (XVIII dinastia, Novo Império). O texto aqui reproduzido era uma transcrição da escritura hierática, uma variante cursiva do hieroglífico (com a indicação das lacunas) de um papiro que foi originalmente comprado por Alberto Tulli em 1934 em um antiquário egípcio por uma quantia desconhecida. Teria sido enviado a Thayer pelo egiptólogo russo Bóris de Rachewilts, que escreveu :
A transcrição que envio foi feita de um papiro do Novo Império que encontrei entre outros papéis e documentos do falecido professor Alberto Tulli, antigo diretor do Museu Egípcio do Vaticano. Ele havia restaurado esse documento do Egito, mas após sua morte eles permaneceram sem tradução nem publicação. E graças à amabilidade de seu irmão, o Monsenhor Gustave Tulli, dos Arquivos Vaticanos, que tive a possibilidade de traduzi-lo.
A presente transcrição é uma parte dos Anais Reais da época de Tutmósis III (1.504-1450 a.C.) e o original está em péssimo estado. Faltam o começo e o fim, a escrita (em hierático) está pálida e apresenta várias lacunas, que reproduzi na minha transcrição hieroglífica e numeradas . . . Escolhi no conjunto do papiro (20 x 18 cm), a parte conservada e talvez a mais interessante; porém cabe aos senhores julgar.
Eis a tradução de Rachewilts :
( lacuna 1 . . . ) No 22.º ano , no terceiro mês do inverno , na 6.ª hora do dia (. . . 2 . . .) . Os escribas da Casa da Vida descobriram que era uma bola de fogo que vinha do céu. (Se bem que) ela não possuísse cabeça, o sopro de sua boca (tinha) um odor fétido. Seu corpo, uma vara ( cerca de 5 metros) de comprimento e i vara de largura. Não falava. Seus corações estremeceram e lançaram-se à terra de bruços ( . . .3 . . .) . Eles foram ter com o rei . . .(?) para lhe relatar. Sua Majestade ordenou ( . . . 4 . . .) foi examinado, ( . . .5 . . .) tudo quanto foi escrito na Casa da Vida, Sua Majestade meditou acerca do que chegara. Ora, após alguns dias se passarem essas coisas, eis que elas foram mais numerosas que nunca! Elas brilhavam no céu mais do que o Sol até os limites de quatro pilares do firmamento ( . . .6 . . .). Poderosa era a posição das bolas de fogo. A armada do rei as observava e o rei encontrava-se no meio dela. Era após a refeição da noite. Sobre esta, elas (as bolas de fogo) se elevaram mais alto em direção ao sul. Peixes e voláteis caíram do céu. (Era) uma maravilha jamais vista desde a fundação deste país! Ela pediu à Sua Majestade que usasse incenso para apaziguar a Terra ( . . . 9 . . . Para escrever? ) o que chegou no livro da Casa da Vida ( . . . 10 . . . a fim que se guarde a lembrança? ) na Eternidade.
Transcrição do papiro original produzida por Bóris de Rachewilts
Esse texto foi publicado depois em outras obras (tais como Os Discos-Voadores não-identificados por Harold Wilkins, Londres, 1956 ) como exemplo da primeira observação de OVNIs já relatada.
Este papiro existe (ou existiu)? Se existe (ou existiu), onde está agora? O que temos, até agora, são esses dados. São duas opções: ou Rachewilts teve um grande trabalho, envolvendo pesquisadores e revistas para forjar um documento que nem sequer completo está, colocando em risco sua reputação como egiptólogo, ou (o mais provável, na minha concepção) o documento é real e se encontra muito bem guardado, bem longe das especulações que ele sucinta. Mas até que apareça, não podemos fazer grandes afirmações.
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Fontes:
SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário do Mundo Misterioso. Ed. Nova Era: Rio de Janeiro, 2002. p.238
Texto adaptado de Jacques Bergier n’O Livro do Inexplicável. Ed. Hemus, 1973