Apesar da sensação de que a religião cresce, e com ela também a intolerância, o desrespeito às diferenças e a alienação, este fenômeno es...
Apesar da sensação de que a religião cresce, e com ela também a intolerância, o desrespeito às diferenças e a alienação, este fenômeno está ligado apenas a alguns países, como o Brasil e os Estados Unidos. Em muitos outros, a religião e a fé definham cada dia mais, a ponto de algumas estatísticas sugerirem a sua total extinção nos próximos anos. Neste cenário é que surge o 1º Congresso Mundial de Ateus em Dublin, na Irlanda, com a proposta de ser a voz dos ateus do mundo no combate ao obscurantismo religioso .
Em seu histórico encontro que começou hoje (3/6) e que vai até domingo, os participantes do Primeiro Congresso Mundial de Ateus vão debater questões relativas ao ateísmo no mundo e discutir a aprovação final da Carta de Dublin, propondo que o Estado deixe de aceitar a pressão de entidades religiosas, no que se refere a decisões que atinjam toda a população. A reunião, que conta com 350 representantes do mundo inteiro, é presidida pelo biólogo Richard Dawkins, um dos mais destacados combatentes do obscurantismo religioso.
É interessante notar que um movimento ateísta possa hoje atuar e demandar certas atitudes de governos que se deixam levar pela influência religiosa. Especialmente no caso do Brasil. O mundo vive um recrudescimento de atitudes fundamentalistas, inclusive no ocidente, não obstante a decadência visível da fé em muitas outras regiões.
O brasileiro médio é um cidadão de formação precária, essencialmente apegado a superstições e misticismos, estando, portanto, vulnerável às soluções fáceis do tipo “trago a mulher amada em três dias” ou “se você está desesperado, endividado, no fundo do poço, aceite Jesus e tudo vai melhorar”. Assim é que dirigentes políticos, tanto aqui quanto nos EUA, tiram proveito da extrema religiosidade do povo, lançando lorotas do tipo “somos um país cristão, por isso não podemos ter kit anti-homofobia, nem aborto, nem casamento homossexual”, interferindo em assuntos absolutamente laicos. Estado laico, para eles, é uma abstração difícil de entender.
Desta forma, este manifesto ateu vem em ótima hora, no momento em que pastores evangélicos e políticos conservadores demagogos tentam interferir cada vez mais nos assuntos do Estado. Nesta convenção será lançada ainda a Aliança Ateísta Internacional (Atheist Alliance International), no intuito de representar os ateus pelo mundo afora, divulgando suas propostas e ideias para um mundo cada vez mais livre de superstições, guerras, brutalidades e irracionalidades religiosas.
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